Oséias 10.13 – “Mas vocês plantaram a impiedade, colheram o mal e comeram o fruto do engano. Visto que vocês têm confiado na sua própria força e nos seus muitos guerreiros”.
Vivemos em uma sociedade absorvida em si mesma. Isso é evidenciado pela cultura da autoajuda, na qual o "eu" determina e muda todas as coisas. O mundo esquece que confiar em si mesmo e não confiar em Deus é idolatria.
A idolatria produz cegueira espiritual. A idolatria entorpece o entendimento espiritual. O povo de Israel recebeu o juízo de Deus por intermédio da pregação do profeta Isaías. O juízo de Deus foi punir o povo com o seu próprio pecado. Foi dar ao povo o que o povo amava. Israel amou os ídolos e abandonou o Senhor e, por isso, o Senhor fez Israel parecido com os ídolos que amava, ou seja, entregou-o à cegueira espiritual e à falta de discernimento.
Todos nós, em algum momento de nossas vidas, já olhamos para alguém e dissemos: essa pessoa me inspira, eu sou seu fã, ela é meu ídolo. Como encontramos ídolos, também acabamos olhando para nós mesmos e admirando as nossas próprias atitudes, comportamentos e reações, que achamos serem dignas de reconhecimentos, de elogios e de aplausos.
Geralmente, tendemos a pensar que somos bons, corretos e justos. Pensamos que somos excelentes pais, exemplos de esposo e esposa, maravilhosos profissionais e crentes especiais. Sem perceber, nutrimos em nosso coração sentimentos que revelam que, de alguma maneira, estamos nos idolatrando. A idolatria não é algo externo, está no íntimo do nosso ser. A idolatria, na maioria das vezes, começa dentro de nós.
Tudo o que, de alguma maneira, está direcionando a nossa identidade pode ser visto como um ídolo para nós. O deus funcional é o que quer que faça a nossa vida valer a pena. O que quer que pensemos que faz a nossa vida agradável e considerável para os outros ou para nós mesmos vira o nosso ídolo, a nossa razão de viver.
O que vemos é que a idolatria dos nossos dias não é algo fora de nós, mas de dentro do nosso coração. A prova disso é que, sempre que lemos a Palavra de Deus ou a ouvimos, pensamos que ela se aplica à vida de alguém, menos em nossa vida pessoal. É por essa razão que, quando falamos de idolatria, não nos referimos à realidade do Antigo Testamento, da criação de deuses de madeira, de barro e de ouro, mas ao que nos ensina o Novo Testamento, que se refere à idolatria, quase que exclusivamente, em termos do desejo que nutrimos em nosso coração.
Querer, ansiar, almejar algo que Deus proíbe, ou mesmo querer, desejar, almejar que não é mau em si mesmo, mas que ocupa o centro da nossa vida, o lugar de Deus, deve ser visto como idolatria. Estou fazendo essa abordagem para alertá-lo de que, em algum momento e em algum nível, já nos envolvemos ou praticamos a idolatria.