Jó 7.20 - “Se pequei, que mal te fiz a ti, ó Espreitador dos homens? Por que fizeste de mim um alvo para ti, para que a mim mesmo me seja pesado?”.
Uma das grandes falhas que cometemos é a de achar que somos capazes de vencer, sozinhos, todos os obstáculos que surgem a nossa frente. Quem confia em Cristo Jesus não confia em si mesmo, em hipótese alguma. A autoconfiança é o pecado mais perigoso. Jó se baseava em sua justiça; logo, ele não precisava ser justificado por Deus.
Quem se defende não carece da defesa de Deus. Aquele que se basta é tolo o bastante ao tentar dar um basta nas ações de Deus. A descrença em Jesus é, normalmente, a alavanca para a crença em si mesmo. Quem nega a graça da redenção se envolve na desgraça da autoaceitação. Jó 35.2 nos ensina: “Achas que é justo dizeres: Maior é a minha justiça do que a de Deus?”.
Não existem dúvidas que todos os que se justificam não podem ser justificados. Davi, na tipologia de Cristo, afirmou o que só Jesus pode assegurar em plenitude: “Retribuiu-me o SENHOR, segundo a minha justiça, recompensou-me conforme a pureza das minhas mãos”. (Salmos 18.20). Na verdade, a justiça de Davi aqui é uma flecha em direção ao alvo de Deus, que é Cristo Jesus. A justiça humana não passa de trapo de imundícia.
Uma pessoa cheia de si mesmo é um alvo para Deus esvaziá-la na cruz com Cristo. Uma pessoa esvaziada pelo Espírito Santo de Deus tem como alvo a pessoa de Cristo para sua justificação, regeneração, santificação e glorificação. “Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção, para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor”. (1 Coríntios 1.30-31).
Saulo foi um autoconfiante e sabia disto ao dizer que ele era irrepreensível quanto à justiça da lei. Ele foi um religioso impecável, uma pessoa corretíssima, até considerar tudo como refugo por causa da sublimidade de Cristo. Jó, Saulo de Tarso e o centurião Cornélio foram homens justos legalmente, embora todos eles precisassem ser justificados pela graça de Deus em Cristo.
Ser íntegro não significa ser salvo por Cristo. Há muita gente incorruptível, honrada e moralmente adequada que ainda não foi perdoada do seu pecado de incredulidade em relação à pessoa e obra de Jesus. O que nos leva à perdição eterna não é tanto o pecado da transgressão da lei e sim o pecado de descrença em Jesus.
Precisamos, sim, de arrependimento! Precisamos assumir os nossos erros e o sentimento de que podemos tudo. Precisamos confessar que somos incrédulos. Além disso, não podemos esquecer que não somos aceitos pelas nossas obras de justiça própria, nem santificados por meio de nossa atuação, visto que até as nossas obras são geradas em Deus. João 3:21diz: “Mas quem pratica a verdade vem para a luz, para que se veja claramente que as suas obras são realizadas por intermédio de Deus”. Nós não somos salvos pelas obras de justiça praticadas por nós, mas, em razão da apropriação da vida divina em nosso novo coração. Que em tudo possamos depender do Senhor!