“Pois desejo misericórdia, e não sacrifícios; conhecimento de Deus, em vez de holocaustos”. (Oséias 6.6)
O texto mencionado mostra-nos que Israel observava a sua religião, mas não estava vivendo o amor leal que o Senhor esperava que o Seu povo vivesse; oferecia abundantes sacrifícios, mas não estava se importando com o conhecimento de Deus.
É possível observar a dicotomia na vida do povo: muita religiosidade e muita imoralidade; muita profissão de fé e muita corrupção – semelhante a óleo e água, não se misturam. Oséias considera Israel como um pão não virado no forno: de um lado queimado pelas suas paixões; do outro, massa mole que não resiste ao tato, portanto, completamente imprestável.
Deus chama o Seu povo a uma vida íntegra, não agrada a Deus a nossa proclamação da salvação pela fé se não há a correspondente transparência de vida moral e social. O hipócrita engana a si mesmo: hipocrisia é a pessoa fingir ser aquilo que não é, por exemplo, fingir em público ser cristão piedoso e fiel, enquanto, na realidade, acalenta pecados ocultos de imoralidade, de cobiça, de concupiscência e outros mais. O hipócrita é um enganador, é fraudulento em sua postura e comportamento. Todos percebem a sua incoerência, menos ele.
A ética dos nossos dias representa uma tentativa filosófica de fugir da exigência moral de uma pregação inegociável. Como Israel, a nossa sociedade quer uma religião acomodatícia, que não imponha restrições à vida social, econômica ou sexual. Os israelitas eram “crentes de fim-de-semana”, fervorosos para com o Senhor no sábado, mas nos outros dias da semana eram opressores dos pobres, gananciosos e desenfreados nos desejos sensuais.
A religião em Israel protestava fé no Senhor Javé, mas não obedecia à Palavra do Senhor! “Não farás para ti imagem de escultura” (Ex. 20.4), testifica a lei; no entanto, em Samaria cultuava-se a imagem de um bezerro. Ao mesmo tempo em que o povo invocava o Senhor, dizendo: “Nosso Deus”, “Nós, Israel, te conhecemos”, Deus respondia através do profeta Oséias, dizendo: “O teu bezerro, ó Samaria, é rejeitado; a minha ira se acende contra eles!” (Os. 8.5).
O cristianismo de hoje é o mesmo tipo de religião vivido pelos israelitas: fala-se em nome do Senhor, celebra-se cultos solenes e vibrantes, domina-se a atenção da multidão; contudo, a veneração concedida aos prazeres mundanos nos afasta de Deus e torna a nossa prática religiosa fraudulenta.
Deus nos chama para uma vida verdadeira de amor e serviço a Sua obra, de fidelidade absoluta à Palavra de Deus, não somente na observação religiosa do culto, mas também nas diversas áreas da vida – do nosso lar ao ambiente de trabalho. O Senhor espera da nossa parte um comprometimento sincero e uma oferta genuína de amor e sinceridade.