“Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor”. (Rm 8.38-39)
Uma antiga canção nos ensina: “Não olhe as circunstâncias, olhe o seu amor!” É bem verdade que ninguém está neste mundo isento de passar por provações e enfrentar momentos de dissabores; nossa condição humana já é, por si mesma, exposta a enfrentar momentos de dificuldades e provações. Cada pessoa tem sua história e essa história, na maioria das vezes, é marcada por lutas e desafios.
Em muitos momentos da vida experimentamos tempestades. São problemas que querem nos tirar a paz, ondas revoltas que, com a fúria da destruição, nos ameaçam e nos sufocam. A sensação que vem à nossa mente é a de que vamos naufragar, e que não há mais solução para os nossos problemas.
Diante de tantas dificuldades, a primeira coisa a ser atingida em nós é a percepção das saídas – perdemos a visão dos horizontes e proclamamos de imediato: “Tudo está perdido”. Somos atingidos pelos raios do medo e nos trancamos em nós mesmos, vivendo apenas a tristeza e o pavor; fechamos os olhos e só percebemos o chão. A miopia vai delimitando o nosso mundo, a escuridão parece tomar conta da nossa vida.
Na maioria das vezes esquecemos que “Depois da tempestade, segue-se a bonança!” – é o que afirma o provérbio bíblico. Diante dessa verdade irrefutável, devemos levantar a cabeça, mudar as estratégias, descobrir novos horizontes; sem olhar para baixo (enxergando o lado ruim), mas contemplando o melhor que virá, mudaremos as circunstâncias que estamos passando.
Quando levantamos a cabeça, aprendemos a olhar para além das circunstâncias difíceis, para além das tragédias e tempestades que ameaçam a paz do nosso cotidiano. A melhor posição que ocupamos nos momentos de dificuldade que enfrentamos é a de soldado valente que, destemido, olha a vida e entende que, embora os dias sejam maus, nada vai nos separar do amor de Deus!
A vida sempre nos surpreende e nos leva a viver momentos de tristeza e de alegria. Diante dessa possibilidade, nunca devemos permitir que os sentimentos bonitos sejam levados pela força dos ventos contrários, carregados de insensibilidade; nunca devemos perder a nossa capacidade de amar e a nossa confiança em Deus. Viver sem afetividade é viver sem sentido algum. Sem fé, ficamos à deriva, como um barco sem rumo, sem destino.
Precisamos aprender a olhar para além das circunstâncias. Ter sempre nos olhos o brilho da esperança e no coração, a força da fé, como na experiência do salmista: “Elevo os meus olhos para os montes; de onde virá o meu socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra”. (Sl 121.1-2).