Há amigos mais chegados do que um irmão. Esta é uma grande verdade. A vida está extremamente agitada, andamos a cada dia com menos tempo para investir nos relacionamentos, estamos sendo tolhidos da convivência com pessoas de quem gostamos. Os bons papos e o cafezinho da tarde permeado por boas risadas têm sido algo raro em nossos dias.

O que observamos é que parece que os antigos davam mais valor às amizades e aos relacionamentos do que damos hoje. Ao meu ver, a amizade é a coroa da vida e a escola da virtude. O mundo moderno, em comparação, a ignora.

É lastimável, mas o espírito capitalista produziu uma geração consumista, para a qual a ideia de relacionamentos significativos perde muito para a corrida inconsequente e imponderada do “ter” e do “fazer”, sem se dar conta de que a lei da semeadura é implacável, qualquer que seja o caso: “O que o homem plantar, isso também colherá”.

Admitimos, naturalmente, que, além da nossa família, precisamos de alguns “amigos”. Mas, não é novidade que, a cada dia, ficamos mais exigentes e seletivos com quem escolhemos para ser nossos amigos. Essa atitude tem gerado uma sociedade marcada pelo individualismo e pelo egoísmo. Nos fechamos em nosso mundo e nos isolamos das pessoas com quem deveríamos compartilhar a vida.

O que vemos é que não temos dimensão dos prejuízos que o isolamento e a falta de amizades podem nos causar. Constantemente, nos deparamos com pessoas amargas e de mal com a vida por não terem com quem dividir situações e compartilhar sonhos. Se insistirmos em não ter amigos, isolando-nos e fechando-nos em nosso mundo, estamos nos privando da bênção divina que nos ensina: “Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho”. (Eclesiastes 4.9).

As mais fortes relações surgiram nas rodas de amizade. Toda religião civilizada teve início em um pequeno grupo de amigos. Como é importante poder construir pontes de amizade com as pessoas que conhecemos. A sociedade não passava, originalmente, de uma reunião de pessoas que, em suas horas de lazer, discutiam coisas que tinham em comum.

Que Deus, em sua infinita misericórdia, no meio de tantas pessoas com quem convivemos, nos dê amigos! Amigos com quem possamos compartilhar ideais e testemunhar a nossa fé. Devemos lembrar que Jesus tinha amigos com quem dividiu os momentos de alegrias e de dores que viveu. Devemos seguir o exemplo do Mestre e abrir o nosso coração para as amizades.

Pr. Hércio Fonseca de Araújo

Pastor Presidente da Igreja Batista do Lago