“A minha alma suspira e desfalece pelos átrios do Senhor; o meu coração e a minha carne exultam pelo Deus vivo!” (Salmos 84.2)
No Antigo Testamento, a adoração era um dos alvos centrais na vida do povo de Deus. A construção e o lugar do Tabernáculo em Israel, por exemplo, evidenciam a ênfase na prioridade da adoração. No Novo Testamento, o anúncio e nascimento do Messias é respondido com adoração por Maria, Zacarias, os pastores e a milícia celestial, os magos e Simeão.
A Igreja Primitiva continuou encarando a adoração como uma atividade integral, cotidiana e constante. Para os apóstolos e discípulos da igreja primitiva, a adoração não era um tempo separado na vida diária – ela era a própria vida diária.
A verdadeira adoração não é simplesmente frequentar cultos, entoar cânticos de louvor ou fazer orações; pelo contrário: é possível participarmos de um culto com o coração tão insatisfeito que, no final, Deus não tenha sido adorado de forma alguma. Deus deseja que os cristãos O adorem com tudo o que têm e são.
A adoração é uma atividade privada e corporativa, uma não exclui a outra; não obstante, a segunda está diretamente ligada à primeira. Se não há adoração na intimidade com Deus, também não haverá adoração comunitária. Muita gente que se reúne nas igrejas atualmente, espera que o ministério de louvor “providencie um menu de diferentes estilos de adoração e experiências de encontro com Deus”.
Como cristãos, a prática da adoração ao Senhor é legítima, mas com a motivação correta – por gratidão pelo que Deus fez por mim em Cristo Jesus. Por exemplo: podemos servir aos outros, contribuir para a manutenção da Sua casa, cantar louvores, nos reunir, evangelizar, estudar a Palavra e ter tantas outras atitudes, como expressão de gratidão ao Senhor por Sua obra na cruz por nós e em nós; mas de maneira nenhuma usar disso como troca, pois se fizermos com essa motivação, anularemos o verdadeiro significado da cruz de Cristo.
Precisamos entender que a adoração satisfaz o nosso coração na presença de Deus e na exaltação de Sua pessoa. A música que cantamos não é para expressarmos nosso talento e nosso gosto. A adoração não é um meio de autoexpressão, mas deve refletir Deus e qualquer outro tipo de preocupação é totalmente reprovada pelo Senhor.
A intimidade na adoração vem de um coração maravilhado com a grandeza, poder e santidade de Deus, que não pode resistir a se prostrar humildemente diante de Sua majestade, em completa rendição. A maravilhosa consequência é a doce intimidade e contemplação da misericórdia e graça de Deus sobre Seus filhos, como expressa Salmos 25.14: “A intimidade do SENHOR é para os que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança”.