Provérbios 3.5 – “Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apoie em seu próprio entendimento”.
Todos os dias temos que lutar, com toda a nossa força, contra o nosso senso de justiça própria e de autoconfiança. Uma das grandes falhas que cometemos é a de achar que somos suficientes para vencermos sozinhos todos os obstáculos que surgem à nossa frente. Nos sentimos donos das situações, todo poderosos. Quem confia em Cristo Jesus não confia em si mesmo por hipótese alguma. A autoconfiança é um pecado perigoso.
Quando observamos a realidade à nossa volta, nos deparamos com crentes carregados de autossuficiência, presenciamos líderes cheios de si e vazios da plena confiança no Senhor. O perigo da autoconfiança não é um risco que corremos apenas quando estamos diante de grandes desafios, mas, quando enfrentamos situações simples, também podemos cair na tentação de prescindirmos da orientação divina.
Quem se defende não carece da defesa de Deus. Aquele que se basta é tolo bastante ao tentar dar um basta nas ações de Deus. A descrença em Jesus é, normalmente, a alavanca para a crença em si mesmo. Quem nega a graça da redenção se envolve na desgraça da autoaceitação. “Achas que é justo dizeres: Maior é a minha justiça do que a de Deus?”. (Jó 35.2).
Uma pessoa cheia de si mesma é um alvo para Deus esvaziá-la na cruz com Cristo. Uma pessoa esvaziada pelo Espírito Santo de Deus tem como alvo a pessoa de Cristo para sua justificação, regeneração, santificação e glorificação. “Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção, para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor”. ( 1 Coríntios 1.30-31).
Saulo foi um autoconfiante e sabia disso ao dizer que ele era irrepreensível quanto à justiça da lei. Ele foi um religioso impecável, uma pessoa corretíssima, até considerar tudo como refugo por causa da sublimidade de Cristo. Jó, Saulo de Tarso e o centurião Cornélio foram homens justos legalmente, embora todos eles precisassem ser justificados pela graça de Deus em Cristo.
Ser íntegro não significa ser salvo por Cristo. Há muita gente incorruptível, honrada e moralmente adequada, contudo ainda não tiveram seus pecados perdoados e nem conheceram a Jesus. O que nos leva à perdição eterna não é tanto o pecado da transgressão da lei, mas sim o pecado da descrença em Jesus e da falta de dependência de Deus.
Precisamos assumir os nossos erros e sentimentos de que podemos tudo. Precisamos de confissão de que somos fracos e imperfeitos. Além disso, não podemos esquecer que não somos aceitos pelas nossas obras de justiça própria, nem santificados por meio de nossa atuação, mas pela ação de Deus em nossas vidas. Precisamos saber que não somos “o todo poderoso”, mas dependemos do poder e da misericórdia divina que nos sustentam e nos agraciam com a vida eterna pela sua infinita graça.