“Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos. Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito”. (Gálatas 5.24-25)
Crucificar a carne não é algo que soa bem aos nossos ouvidos; naturalmente, não gostamos de nada que nos cobre uma posição e que nos exija sacrifício. Para Paulo, enfrentamos diariamente uma guerra travada entre duas forças opostas, as quais ele chama de carne e espírito.
Em Gálatas 5.17, ele nos diz: “Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam”.
Nós sabemos que esse crucificar da carne é uma atitude diária, uma submissão voluntária – não porque simplesmente queremos, mas, mediante a ação do Espírito Santo em nossa vida, essa realidade se torna possível. É esse Espírito quem muda a nossa mente e o nosso modo de viver. Quando sentimos as tentações nos atingirem e queremos voltar atrás, algo que inflama a nossa carne, logo o Espírito nos adverte quanto ao perigo que nós estamos correndo.
Não podemos nos enganar! A carne grita por esses desejos inflamados. O cristão sente desejo de satisfazer a carne. A carne que ainda habita em nós resiste contra o Espírito, tentando nos mostrar que é “natural” dar vazão aos desejos e paixões carnais. Aliás, essa é uma estratégia diabólica: mostrar que, como humanos, temos libido e precisamos colocar para fora tudo aquilo que temos vontade. Todavia, o cristão verdadeiro compreende que não é mais guiado pela vontade humana, mas pela ação do Espírito de Deus.
Ao ser despertado pelo Espírito quanto às verdades espirituais e olhando na cruz Aquele que assumiu a maldição dos pecadores, o cristão é impelido de forma contundente a submeter-se a Cristo, pois não há outro caminho, não há outra direção.
Não é à toa que Paulo declara em 2Coríntios 5.14: “Pois o amor de Cristo nos constrange, porque estamos convencidos de que um morreu por todos; logo, todos morreram”. Ele morreu na cruz e todo aquele que nEle crê, de fato, também morreu. Por isso o cristianismo é algo radical, pois envolve a suprema declaração de que, estando eu em Cristo, já morri para o mundo e para as suas paixões.
A verdade é que nós somos chamados a andar no Espírito. Andar é uma metáfora para estilo de vida. Ser cristão implica em uma vida diferente e transformada; ser cristão significa andar numa nova disposição mental, numa ética de princípios eternos e imutáveis, pois servimos a um Deus eterno e imutável.