Mateus 11.28-29 – “Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas”.
Em um tempo conturbado por pressões e interesses individuais, não há nada mais gratificante para o crente do que ouvir a voz de Deus nos falando que nele podemos descansar.
Essa é uma convocação indiscutível e ao mesmo tempo se torna num convite cordial. Jesus ordena aos cansados que venham a Ele, contudo o seu chamamento não é cogente. Ele não está exigindo desempenho forçoso, embora o apelo nos pareça irrecusável. O Senhor abre a porta aos executivos exaustos e faculta o ingresso aos oprimidos.
O evangelho é uma proposta para os esforçados que se encontram agora esgotados. Sabemos que muita gente, ainda que exaurida, não aceita repouso, pois são orgulhosas demais para ter que entregar tudo e descansar em Deus.
O descanso é consequência do empenho. Não se trata mais de uma mesada antecipada para um filho amado, mas de um salário posposto para um servo suado que precisa preencher os requisitos de sua aceitação a contento.
A ordem convidativa do Senhor tinha como pano de fundo esse estado de sobrecarga. Havia uma multidão de cansados e oprimidos sem qualquer chance de alívio sob o peso intolerável do legalismo e Jesus apela para a alternativa do sábado da redenção. Adão foi criado no sexto dia e Jesus foi crucificado na sexta-feira pascal, a fim de desconstruir o modelo exigente de contrapartida e estabelecer o novo padrão de aceitação do pecador pela suficiência da graça incondicional.
A quietude da alma no relacionamento particular com Cristo é a fonte de sua maior atividade espiritual. Quando a alma se aquieta como uma criança amamentada no colo de sua mãe, então a vida espiritual mais profunda começa a jorrar através de suas expressões visíveis. Isaías 12.2 nos ensina: “Eis que Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei, porque o Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação”.
É necessário entendermos que não existe descanso onde há comparação, competição e complicação. O descanso que nos é proposto tem a conotação de entrega. Precisamos descansar depositando as nossas inquietações, lutas e dificuldades diante do Senhor, na certeza de que é Ele quem peleja por nós
O Salmista nos revela no Salmos 62.1: “A minha alma descansa somente em Deus; dele vem a minha salvação”. É em Deus que temos que descansar. Colocamos inúmeras condições e exigências para o nosso descanso e a única coisa que temos que fazer é nos entregarmos completamente aos cuidados do Pai.
Aquele que se satisfaz plenamente em Cristo tem uma alma bem-aventurada, quieta, confiante de que vive de maneira serena na presença do Senhor.