Lucas 14.11 – “Pois todo o que se exalta será humilhado, e o que se humilha será exaltado".
Embora exista uma propaganda enganosa de que andar com Deus é sempre receber bençãos, ter prestígios e privilégios, a Palavra nos mostra uma realidade bem diferente. A vida cristã é exercida na contradição entre o desejo de exaltação, de reconhecimento, de fama e de posição e a ordenança bíblica que devemos nos humilhar.
Nós sabemos muito bem da guerra que travamos diariamente com as nossas vontades e os conselhos divinos. Não é fácil administrar a vontade humana e a necessidade de nos submetermos totalmente a Deus. É triste testemunharmos, diariamente, os conflitos vividos por muitos que, embora tenham desejos de servir a Deus, permanecem presos aos desejos de exaltação humana.
A Bíblia nos mostra que essas contradições são antigas, os nossos patriarcas vivenciaram essa realidade cedendo ao desejo de posição e a presunção de excelência que os conduziu ao trono de Satanás. Vemos, como exemplo dessa realidade, a doutrina de Balaão que o levou à idolatria e o fez experimentar a mistura entre o santo e o profano.
Uma das coisas que mais me preocupa em nossos dias é o humanismo camuflado de cristianismo. É um tipo de cristianismo em que o “eu” continua intacto, no trono da sua vida. As mudanças são periféricas, não atingindo valores, estilo e o alvo de Deus para uma vida conformada à imagem de Seu Filho, Jesus Cristo.
Vemos essa atitude tomando conta dos nossos púlpitos quando muitos líderes religiosos oferecem a satisfação pessoal como alvo principal da vida. Muitos cristãos estão sendo estimulados a buscar o sucesso, a fama e o dinheiro, segundo o padrão deste mundo. Essas pessoas estão buscando “sentir prazer” nas reuniões, o que diverge totalmente dos ensinamentos bíblicos.
A religião do prazer pessoal entra em contradição com a Palavra de Deus e vai de encontro ao que nos foi ensinado por Jesus. O cristianismo sem cruz, que vai ao encontro do egoísmo, da cobiça, da busca pelo poder e pelo prazer pessoal, fere a verdade de Deus e nos afasta dos seus propósitos.
Não podemos permitir que esses sentimentos e essas atitudes se tornem naturais e corriqueiras em nossas vidas. Devemos lembrar que o verdadeiro cristianismo implica submissão, humilhação e reconhecimento de que nada pode ser realizado fora da vontade e da direção de Deus.
Que o nosso coração possa ser tratado pelo Senhor e sejamos capazes de renunciar a tudo o que imaginamos ser nosso direito e satisfação para que a vontade de Deus se cumpra em nossa vida.